sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pra acabar

Curioso como, de vez em quando, sinto muito da fragilidade e da rapidez da vida. Ontem foi um desses dias. Era aniversário da minha irmã, ao mesmo tempo que senti outros entes perto de ir, como se a hora estivesse por chegar. Uma sensação inédita, pois tenho vaguíssimas lembranças dos que se foram enquanto eu era criança. Acabamos conversando sobre isso, e a conversa versou sobre o prolongamento de uma existência sem sem mais lucidez, sobre a negação da morte e a dificuldade que temos de aceitá-la. Embora ninguém queira ouvir quando está na pele de quem perdeu um querido, o descanso também é necessário. Com os avanços tecnológicos, a chance de adiar o inevitável aumentou, mas é preciso questionar, também, até que ponto resistir como vegetal é interessante e humano. E a conclusão que cheguei é a de que o tempo passa, de que estamos mesmo envelhecendo, como disse ao meu querido intelocutor.
E, se somos mesmo feitos pra acabar, não sei mais o que nos resta fora amar e procurar a justiça, para deixar um legado interessante à posteridade.