segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Continua lindo (?)

Recentemente, tive duas experiências interessantes relacionadas ao Rio de Janeiro. No começo de julho, passei 10 dias lá, e tive certeza de que é uma das cidades mais fantásticas que já visitei. Já na semana passada, vi uma palestra do deputado Marcelo Freixo, com uma argumentação que quebra bastante a ideia de cidade maravilhosa.
Dos dias que passei no Rio, algumas coisas me encantaram particularmente. A beleza dispensa comentários. Fiquei encantada com a vida cultural e com como as pessoas ocupam as ruas. Fiquei surpresa quando vi um bairro nobre como Copacabana com as pessoas na rua à noite como se estivessem no centro, uma coisa inimaginável para nossa provinciana Aldeota. Do terror que a Globo noticia, não vi nada. Pelo contrário, me senti bem mais segura andando pelas ruas do Rio que passeando por Fortaleza, uma vez que até as calçadas são mais favoráveis ao pedestre.
Quanto à vida cultural, não preciso nem falar dos teatros e da abundância de opções. Mas o que me deixou apaixonada mesmo foi a salinha de cinema abaixo.

O Cine Joia é daquelas coisas que deveria ter em qualquer cidade. Um cinema de rua, especializado em filmes que estão fora do circuito comercial. Assisti a um belíssimo lá, que recomendo a qualquer um: Hanami - Cerejeiras em flor. Acostumada a só ter cinemas em shoppings, fiquei muito feliz de estar em um lugar que os cinemas estão na rua, e não se consome só blockbusters.
Algumas semanas depois, veio um encontro com a explicação de algumas coisas. Marcelo Freixo, em sua palestra, explicou bastante sobre as milícias e o crime organizado, e tive certeza que a realidade no morro não é a mesma da zona sul. É muito curioso que a criminalidade se concentre no morro e seja tão difícil de ser combatida. Alguém está ganhando bastante com isso, e aí o deputado mostrou a importância da ação do caveirão e do BOPE no trabalho das milícias.
Fiquei, ainda, bastante atiçada pela provocação que ele fez: colocar o caveirão, num domingo a tarde, na Av. Vieira Souto, com seu alto-falante ligado. Ou será que os criminosos estão apenas na favela?