Dos dias que passei no Rio, algumas coisas me encantaram particularmente. A beleza dispensa comentários. Fiquei encantada com a vida cultural e com como as pessoas ocupam as ruas. Fiquei surpresa quando vi um bairro nobre como Copacabana com as pessoas na rua à noite como se estivessem no centro, uma coisa inimaginável para nossa provinciana Aldeota. Do terror que a Globo noticia, não vi nada. Pelo contrário, me senti bem mais segura andando pelas ruas do Rio que passeando por Fortaleza, uma vez que até as calçadas são mais favoráveis ao pedestre.
Quanto à vida cultural, não preciso nem falar dos teatros e da abundância de opções. Mas o que me deixou apaixonada mesmo foi a salinha de cinema abaixo.
Algumas semanas depois, veio um encontro com a explicação de algumas coisas. Marcelo Freixo, em sua palestra, explicou bastante sobre as milícias e o crime organizado, e tive certeza que a realidade no morro não é a mesma da zona sul. É muito curioso que a criminalidade se concentre no morro e seja tão difícil de ser combatida. Alguém está ganhando bastante com isso, e aí o deputado mostrou a importância da ação do caveirão e do BOPE no trabalho das milícias.
Fiquei, ainda, bastante atiçada pela provocação que ele fez: colocar o caveirão, num domingo a tarde, na Av. Vieira Souto, com seu alto-falante ligado. Ou será que os criminosos estão apenas na favela?