sexta-feira, 18 de setembro de 2009

É que a televisão me deixou burra, muito burra demais.

Favor desconsiderar a trilha sonora:


Finais de novelas me incomodam pelo simples fato de o país parar para acompanhá-los, como se não houvesse nada mais interessante para fazer. Sem contar os comentários no dia seguinte, que costumam assustar-me.
A novela que acabou na semana passada não foi exceção, logicamente. Pelo contrário, ganhei um bônus espanto quando ouvi uma pessoa falando que tinha sido um programa muito instrutivo ao mostrar a Índia. Ao replicar que era uma realidade de décadas atrás, recebi como resposta que era melhor que não mostrar nada. Ou seja, o negócio é a informação, não importando se ela for ou não condizente com a verdade. Nem pergunto mais onde iremos chegar, tenho medo da resposta.
Para completar a onda de comentários, escuto numa roda de conversa ao meu lado: fiquei indignada com o destino da fulaninha. Imediatamente, fiquei pensando em como as pessoas esquecem fácil do seu mundo e entram no outro que é agradável, com todos os conflitos encerrados com um final feliz.
Não entendo, no entanto, essa facilidade em revoltar-se com o virtual e encarar as arbitrariedades diárias com naturalidade. É como se assistíssemos a tantas tragédias, explorações e outras misérias que ficássemos insensíveis ao que está ao nosso lado. Cria-se um estado de letargia coletiva que substitui a Caverna de Platão. O mais preocupante é que a maioria faz questão de algemar-se.

Um dos melhores exemplos de confusão entre realidade e ficção:

Um comentário:

  1. Vixe... às vezes me sinto um et. Não assisti ao tão badalado final. Mas sei que a salada feita entre entretermento e informação vai domésticando as pessoas e as satisfazendo. Feito isso pra que encontro com gente de verdade, pra que ler sobre outras culturas, pra quê pensar... Se vem tudo pronto, é só abrir a lata e saborear!

    ResponderExcluir