terça-feira, 9 de março de 2010
Sujeira pra todo lado!
Vivemos em um país tão pitoresco que nos espantamos quando a lei é cumprida. A última surpresa foi ver o habeas corpus de Arruda ser negado, além da permissão para reabrir a Operação Satiagraha.
Há uma inversão de valores tão absurda que parece errado ser honesto ou pensar em alguém que não seja você mesmo - e nos (poucos) entes queridos -. Falando em favorecimentos, no mínimo, obscuros, é curioso como se costuma tratar o bem público como particular, mas na hora de arcar com as consequências, a maioria foge. Seria interessante se os que assaltam os cofres do Estado pensassem nelas antes de fazê-lo, mas pedir que saiam de suas confortáveis posturas é demais, embora não seja mais que a obrigação deles.
É impossível não sentir a esperança renascendo ao deparar as notícias indicando certa mudança. Espero que não seja como o Mito de Sísifo, no qual o protagonista quase chegou ao topo de uma montanha carregando uma pedra e ela desaba em cima dele. Que não tenhamos, novamente, os sonhos esmagados.
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Isso mesmo. Que não seja só uma 'nuvem de punição' passageira. Que a justiça passe a ser justa nesse país. Que seja admirável país novo!
ResponderExcluirQuerida Camila.
ResponderExcluirAs mudanças que desejamos para o País, passam por mudanças estruturais, passa por ética, passa por família.
Arruda não é o único culpado.
São tão culpados quanto ele, os que venderam-se por benefícios, e que na saída de Arruda, colocarão outro no lugar, talvez pior que ele.
Culpadas são as escolas que ensinam conteúdos que formam gênios, mas não formam pessoas comprometidas com o futuro.
Culpadas são as famílias, onde os pais não ensinam os filhos a serem éticos.
Culpados são os nossos ícones políticos, que ao serem eleitos mudam de lado.
Claro que muitos fogem a regra.
Estes não se escondem por trás da crítica comodista.
Vão à luta.
Participam de movimentos sociais.
Não se vendem.
Não negociam os seus sonhos.
Estes tem o direito de perguntar:
Que País é Este?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA constatação da crueldade que causa a pobreza social e a pobreza moral tem me deixado silenciosa. Talvez tenha medo de viver o Mito de Sísifo, talvez tenha medo de não ver as mudanças, talvez seja o medo de me acostumar com a essa cruel realidade e ficar só brincando de casinha (que é meu ponto fraco). Que país é esse? que rua é essa? que povo é esse? Quem sou eu? Aonde ficou a minha revolução?
ResponderExcluirDiante desse medo que só causa desespero, busco chão e estrutura nas notícias esperançosas, nas almas poéticas, nos jovens sonhadores.
Me inspiro em humanos que de tão humanos foram enlouquecidos, e nos legaram a porção mais gente de suas existencias. Rubem Alves no texto http://www.velhosamigos.com.br/Colaboradores/Diversos/rubemalves2.html, questiona exatamente essa lucidez ou loucura.
Me torno mais resiste a naturalização da crueldade social porque me inspiro na esperança.
Diz o ditado que "a Justiça tarda mas não falha". No caso do Brasil, ela tardou e falhou por meio século...
ResponderExcluirLembro da música "Imagine" do John Lennon, que dizia "Podem me chamar de sonhador, mas eu não sou o único". De repente, com a honestidade ganhando um pouco mais de espaço como no fato do Arruda ficar preso, muitos sonhadores perderão o constrangimento de assumirem que tem esperança e dirão em voz alta: "eu também quero um país mais justo e honesto".