quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A minha alma tá armada



Quando penso que já inventaram todo tipo de propaganda, algumas chegando a ser nojentas, eis que escuto no rádio uma que, se não supera as piores conhecidas por mim, chega perto. Começa com uma música falando em casa com varanda, até que a suave melodia é cortada por uma mulher falando que aquilo é lindo na ilusão, mas impossível na vida real, por isso, sua moradia necessita dos mil apetrechos de "segurança" oferecidos. O pior, nem poetizar o cotidiano é permitido, porque a verdade cruel vai e lhe arranca do devaneio.
Em vez de a sociedade tornar-se mais segura porque está evoluindo, o importante parece ser que seu espaço esteja protegido de uma invasão dos menos favorecidos. Justiça? Esta é uma utopia que só existe na cabeça dos idealistas, românticos e desocupados. E, de fato, que grande contra-senso é preocupar-se com a pessoa ao lado quando um muro de 5 metros de altura separa a realidade dela da sua.
Às voltas com o aniversário da queda do Muro de Berlim, uma das lições que pode ser tirada dela é que, para que os paredões sejam desnecessários e as cercas elétricas dispensadas, é preciso, primeiro, demolir a murada mental que tapa a visão de muitos.

2 comentários:

  1. Os muros mais difíceis de derrubar, são aqueles construídos em nossos corações.
    Concordo totalmente com todas as reflexões levantadas no texto, e penso, que é preciso muita esperança e luta, para construirmos um modelo real de país.

    Uma linda semana para ti.

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  2. É preciso coragem e fé para derrubar os muros.Mas um leva o outro, e pode ser o exemplo que causa o 'efeito dominó'.
    valeu camix amei o texto(como sempre)

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