quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Todo mundo é eterno

Passeando pela internet, deparo uma festa de declarações de amor, amizade e sentimentos do gênero para pessoas conhecidas há uma semana. Não que eu ache impossível criar um forte vínculo com alguém em pouco tempo, só que é demais para minha inteligência acreditar que se faz isso tão constantemente.
Talvez pela minha reserva, limitando até as demonstrações públicas de afeto, não entendo como se pode "amar" tanta gente em tão pouco tempo. Até compreendo os pré-adolescentes, já que eles necessitam afirmar-se, mas pessoas, teoricamente, maduras com tais atitudes é um pouco estranho.
Tenho a sensação de que, quanto mais esse carinho todo é externado virtualmente, menos ele é realmente sentido. Uma das desvantagens da era digital é afastar as pessoas dando a impressão de que elas estão próximas, e os mais novos já nasceram imersos em tudo isso, encarando a distância com normalidade, afinal, não conhecem algo diferente.
Temo que terminemos presos a uma cadeira e escravos do controle remoto, sem saber o que é um abraço, se não o emoticon do MSN.

7 comentários:

  1. Pois é, e o pior é que este tal controle remoto dá uma sensação ilusória de poder. As pessoas acham que na vida tudo é um mero ligar e desligar arbitrário.
    Também acho estranho essas declarações, mas 'fzr o q ne miguxaaa, meu xuxu do S2, BFF'
    hehe.

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  2. quando voce conhece a pessoa num dia
    e no seguinte ja 'tiiamuuu'
    o sentimento hoje em dia parece ser superficial
    amar é uma palavra muito forte por exemplo
    que já foi banalizada

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  3. Hoje temos uma visão distorcida de tanta coisa.
    Exemplo maior é o natal.
    Um crítico que escreve para o jornal O Povo, disse: muita linda... Jesus onde está? E aí quem fez a decoração de natal esqueceu dele.
    O amor cresce no cuidado, na presença, no sorriso, na lágrima.
    Cresce no abraço apertado, no segredo dividido, no sorriso compartilhado.
    Como ele pode ser entendido, nos dias de hoje, de lares destroçados, de vícios difundidos,de músicas sem sentido...
    Então é muito fácil falar deste amor que o teu texto se refere, que a meu ver é o não amor.

    Semana de sonhos para ti.

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  4. Também sou bastante reservada, tanto no mundo virtual quanto no real. As amizades que tenho virtual são de anos e às vezes me acho no direito de poder manifestar a gratidão e o prazer destas amizades.

    Também não entendo esse amor exacerbardo, até pelo sentido do que é realmente o amor.

    Acredito que exista muita gente carente no mundo e por incapacidades de relacionamentos afetivos no plano corporal, os relacionamentos via internet se predispõem.

    Pessoas afetivamente ativas no mundo real tendem a ser mais reservadas no virtual. Pelo menos é assim comigo!.

    Mas discordo sobre achar a distância algo natural - a distância na web não existe praticamente e na vida real, essa distância também encurta. Você pode morar longe de uma mãe e um pai, falar com eles normalmente no dia a dia. Dei esse exemplo, porque muitos adolescentes que moram com seus pais, pouco recebem deste 'abraço'.

    Beijus,

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  5. "Temo que terminemos presos a uma cadeira e escravos do controle remoto, sem saber o que é um abraço, se não o emoticon do MSN".

    Tem um site muito engraçado que você provavelmente vai adorar:

    http://guiatpm.wordpress.com

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  6. Hei linda,

    Você está numa fase pré-estóica ou pré-cínica?
    Dezessete e já nessa?
    Te cuida (sem exagero), pois a síndrome 'não-entendo-o-mundo-e-começo-a-chorar-quando-lembro-daquela-do-Renato-Russo-mas-a-Mallu-Magalhães-também-é-legalzinha não leva a nada não...
    E mais, esse negócio de 'vejo as pessoas isso, vejo as pessoas aquilo' é análise de quem não desmamou do Toddynho das obviedades. Os resultados podem ser ruins, verdade.

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  7. Assino embaixo!

    Essa gente que vive "apaixonada", no fundo morre de medo de ser vista como "solitária" (mais até do que da própria "solidão"), por isso aceita "amar" qualquer um, mesmo que entre aspas, só para manter as aparências. Aí se vê tantos amores e casamentos frustrados, e tanta gente sem saber porquê...

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