Há uma coisa que me inquieta muito ao ver toda essa exploração em cima da história: o fato de muitas outras mulheres sofrerem abusos cotidianamente e tudo ser encarado como ordem natural das coisas, sem espanto nenhum. A Lei Maria da Penha está aí, as delegacias especiais, também, mas os crimes continuam sem punição. Parece até que a culpa de ser abusada é da própria mulher, principalmente, em localidades mais interioranas, nas quais o patriarcalismo ainda é bem forte.
Fico preocupada com o quanto essas questões, mais sérias que o caso em si - já transformado em show de horror e de espetacularização pela mídia -, são deixadas de lado, como se não influenciassem ou não existissem. Já ouvi quem dissesse até que a moça era prostituta, buscando uma justificativa para o crime. O pior é que falar em Direitos Humanos quando ainda nos encontramos em um estágio animalesco chega a ser inusitado.
O problema maior é tentar resolver isso se a própria mulher muitas vezes prefere apanhar do homem ao denunciar. O segundo problema maior é que grande parte não vai não só por medo ou receio (porque ama), mas porque pensa que não vai adiantar. A lei funciona? Às vezes. A Eliza foi encontrar o goleiro porque ia demorar praticamente um ano para ela resolver isso só na justiça. Ela só tava com pressa e esperança de resolver logo. Se ela é prostituta ou não isso era problema dela. Não justifica assassinato nenhum. Quem procurou ela foi ele. Daí a gente vê a ganância do ser humano. O cara ganhava 200 mil reais por mês e estava negando uma simples pensão e um apartamento pro próprio filho. Pior pra ele, agora.
ResponderExcluircara, essa super exposição feita pela mídia de qualquer crime mais chocante é um saco. no começo até se entende (..), vá lá, mas são notícias que se arrastam por semanas (e até meses, no caso Isabela, por exemplo) até que finalmente o crime seja uma chacota, uma piada, uma fábula ou sei lá o quê. perde-se a noção do ser humano, do quão triste é aquilo, para simplesmente torcer pelo mocinho ou pelo fuzilamento de alguém. mas, falando em super exposição da mídia, cadê o dono do Marinas, evaporou? sei não Brasil, até na hora de ser sensacionalista a segregação social fala mais alto... essa Índia disfarçada
ResponderExcluirSem contar que, no caso do dono do Marina's, a nota que saiu no jornal foi quase com um pedido de desculpas junto. Bem brasileiro, não?
ResponderExcluirO "caso Bruno" explicita bem não só o machismo ainda muito presente, como a própria sensação de que a impunidade impera no país: a expressão do rosto do Bruno não era de revolta (caso fosse inocente), nem de resignação, mas sim de surpresa, como se não esperasse ser descoberto.
ResponderExcluirE temos também o caso do estupro da menina em Florianópolis, em que o guri se vangloriava no Orkut, justamente por achar que a estupidez que o amigo e ele fizeram nunca seria descoberta, que nunca haveria punição...
Pior que o caso de Florianópolis ainda é acobertado pela mídia, já que o pai do menino é um dos donos da RBS.
ResponderExcluirBah, na hora que postei o comentário esqueci desse detalhe, que também explica bastante a atitude do guri.
ResponderExcluirA Record tá se aproveitando, claro. Mas também não é "flor que se cheire"...
Querida Camila.
ResponderExcluirEste caso é apenas mais um
entre tantos que surgirão,
em um tipo de sociedade que privilegia
o possuir, e engrandece pessoas vazias.
Assim produzimos verdadeiras
monstruosidades a cada dia.
Alegrias plenas para ti.
Querida amiga Camila
ResponderExcluirHoje estou passando para agradecer
a sua amizade.
Amizade que torna a vida preciosa.
Que enche de cores as minhas palavras.
Que me faz ainda mais feliz,
com o afeto distribuído
a cada visita,
a cada comentário
e a cada palavra escrita
no livro dos meus dias.
Sua amizade me faz melhor.