sábado, 16 de maio de 2009

Divagações...




"Somos quase livres, e isto é pior do que a prisão". Se pudesse, em uma frase, expor um dos efeitos do vestibular, seria essa. Quase livres por estarmos, teoricamente, fechando o ciclo de maior dependência e vermos a vida se abrir num feroz carrossel. Entretanto, ficamos presos a uma prova que tem o poder de decidir nossos rumos e nos prende de todas as formas. Mutila o conhecimento e nos enche de informação, ficamos abarrotados de experiências teóricas e esquecemos do concreto.
Sabemos o tipo de clorofila presente em cada alga e não conseguimos fazer uma massagem cardíaca que pode salvar uma pessoa. Sabemos o mecanismo de atuação da bomba atômica, mas não nos preocupamos em sanar os problemas que levam a sua aplicação. Sabemos que existem países deploravelmente miseráveis, mas não nos mobilizamos (nem somos incentivados a tal) para melhorar o nosso. Sabemos que a corrupção assola o Brasil desde 1500, mas não temos consciência para protestar seriamente contra ela.
De que nos servirá tudo isso, afinal? Respondo, senhores: Para nada! Chegaremos à Universidade cheios de falsa intelectualidade e com pouca humanidade, típicos homens do Século XXI, no qual compramos a nossa informação em revistas pouquíssimo confiáveis.
Chaplin já nos alertava, desde a época em que o fascismo arrebatava multidões, para o perigo da clausura na era da velocidade. O que escolheremos, portanto? A maioria prefere omitir-se, esquecendo que não escolher já é uma. Então, se iremos fazê-la de qualquer jeito, por que não optar pelo melhor?

P.S.: A fala do quadrinho não é tão importante assim...

Um comentário:

  1. muito bom! que este espaço venha representar sua quase, opa, digo, sua total liberdade!
    o quadrinho é super "que?" antes de ler o texto... fiquei olhando por uns bons minutos. mas, enfim, depois de ler tudo se torna mais claro!

    ResponderExcluir