sábado, 16 de maio de 2009

Hora do Planeta

Seria mais uma noite de sábado comum se não houvesse aquela aura de esperança e compromisso no ar. Será que as pessoas apagariam realmente as luzes? Qual seria o impacto daquela movimentação? Estávamos envolvidos pelo misto de curiosidade e revolta, de protesto e novidade. Em outras cidades do mundo, a participação foi maciça. Como seria na nossa província esquecida e que gosta de esquecer?
Às oito horas, então, as luzes foram apagadas. Sob o protesto do projeto de pessoa presente, que insistia em ser controlada pelo controle da TV, toda a casa ficou no escuro. À luz de velas, nos acostumamos com a falta de claridade que, por diversas vezes, só nos deixa ver o que ela quer. Dando uma pausa na maré de informações e velocidade que nos cercam, afloramos nossas subjetividades.
Durante o jantar, ainda com pouca iluminação, os mais diversos temas vieram à tona, obrigando-nos (ou obrigando-me, nunca se sabe) a rever conceitos e posições que perpassam a existência. A clareza foi tanta que nos esquecemos de acender as luzes, e a nossa Hora do Planeta durou bem mais que 60 minutos, talvez ainda esteja acontecendo.
Lembramo-nos, ainda, de olhar pela janela e ver quem nos tinha acompanhado. Tivemos a impressão de ver uma luz apagando em outro prédio, enquanto a cidade permanecia acesa. Mas não mais importava, a nossa saída da caverna já tinha começado, só falta incentivarmos muitos outros a quebrar as amarras.

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