quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A gente não quer só comida!


Em Junho de 2008, nossos recreios foram tomados por um sentimento de reivindicação. Durante uma semana, nós, alunos do Santa Cecília, organizamos um piquenique como forma de resposta aos abusivos preços da cantina. Na época, escrevi o texto abaixo no blog do Diga Lá!, e, pelo carinho que tenho àqueles dias, republico-o aqui com muito prazer:

Como dizia Renato Russo, "Quem me dera, ao menos uma vez, acreditar por um instante em tudo que existe. Acreditar que o mundo é perfeito, que todas as pessoas são felizes.". Infelizmente, isso não existe e não podemos ficar presos a uma ilusão enquanto a vida passa pela nossa frente sem que façamos nada, sem que lutemos por nada. Nossos direitos estão constantemente sendo desrespeitados e, normalmente, nem nos damos conta disso, deixando as situações passarem sem dar a devida importância. De vez em quando, entretanto, acordamos e vemos que há uma alternativa, há como fazer uma mudança. E essa mudança só será alcançada pela mobilização, pela união, seja de pessoas, idéias ou ações.
Estimulados por isso, os alunos do Santa Cecília começaram nesta segunda-feira, 2 de Junho, um piquenique como forma de protesto pacífico contra os altos preços da lanchonete Top's, que detém o monopólio do comércio de alimentos dentro do colégio. O intuito da manifestação não é agredir nem afrontar, é apenas exercer o nosso direito de consumidor insatisfeito. Claro que sabemos da alta dos preços, da inflação, não somos filhinhos de papai desinformados - como somos taxados indiretamente no banner da citada lanchonete -, o que não justifica é um preço exorbitante para uma cantina de colégio.
Além de protestar contra os preços, o piquenique é uma forma de pôr em prática um dos mais importantes ensinamentos Cristãos, a repartição do pão com o próximo, além de nos deixar mais unidos, já que acabamos nos socializando com pessoas novas, criando um espírito coletivo no colégio, desenvolvendo mais um dos tantos valores em falta na nossa sociedade. Cada um traz a sua contribuição e, no final, temos várias toalhas fartas. Há até quem diga que a comida aparece magicamente, porque quando você acha que acabou, ainda tem à disposição. É o milagre da multiplicação dos pães e a força da coletividade, pois, levando um pacote de biscoito, por exemplo, você tem um lanche bem mais farto que o normal, além de mais dinâmico e animado.
Para terminar, queria propor a continuação do "boicote" mesmo que internamente, uma absorção do manifesto, a conscientização começa por aí. Eu não sou nenhuma mocinha alienada, e você? Venha, se engaje no nosso piquenique!

3 comentários:

  1. Lógico que não podemos ficar presos a uma ilusão, mas lutar por essa "perfeição ilusória" nos leva a - pelo menos - melhorar alguma coisa. Sempre paro para pensar se tudo isso vale a pena. Bom... minha alma não é pequena, então....

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  2. Relembranças e memórias são tecidos encantados, pois nos remetem a sentimentos jpa sentidos. Voltamos a sentir a taquicardia do momentos, o sorriso, outras vezes sentimos o mesmo frio da barriga, a dor da despedida e da saudade, o perfume d'aquele amor, o aroma da comida predileta da melhor amiga. O sim de amor, o não da convicção... enfim revivemos emoções quando rememoramos, e acho que é por isso que os álbuns são tão singulares e mágicos.

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  3. Camila.

    O bom é poder olhar para trás e percebermos que continuamos coerentes com o que defendemos.
    Penso ser preciso um ideal para nos mover.
    Mas não qualquer ideal, e sim algo que faça sentido para nós e para os outros.
    Desejo que continue a escrever páginas assim em sua vida, para que não percas a essência que nos torna humanos.
    Páginas de esperança para outras pessoas que imaginam um País melhor, mais justo e solidário.

    Fica feliz.

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