sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quem quer trocar a Copa do Mundo por um Brasil sem vagabundos?



Devo ser muito ingênua para este mundo, pois ainda fico perplexa com como algumas situações, a meu ver, absurdas são encaradas. Minha mais nova surpresa foi um site que “mapeia” os casos de violência no mundo e propõe que as pessoas compartilhem o que aconteceu com elas como forma de solidariedade.
Nada contra a iniciativa de proteger-se, mas não entendo como as arbitrariedades cotidianas podem ser aceitas com tanta naturalidade, como se o problema fosse ser resolvido apenas porque determinado local será evitado. Indo neste caminho, ficamos ainda mais presos atrás dos muros, já que os muitos casos só aumentam.
Somos tão bombardeados com a violência que parecemos ficar indiferentes com mais uma ocorrência. Já até separamos o “dinheiro do ladrão”. Começamos a achar normal evitar passar por alguns lugares, não mais colocar as cadeiras na calçada e a crescente distância entre as pessoas. Sem contar os inúmeros programas explorando a violência urbana, típico da nossa sociedade do espetáculo, uma teoria elaborada nos anos 60 que continua extremamente atual, já que, como disse o próprio autor, Guy Debord, uma teoria crítica não se altera enquanto perdurarem as condições histórico-culturais que lhe deram origem.
Ao enxergar tudo isto como algo intrínseco ao nosso país, não sentimos a necessidade de mudar esta realidade. Afinal, não se sente falta do desconhecido, ainda mais com uma Copa do Mundo pela frente para nos mostrar o quando o Brasil é maravilhoso e pentacampeão. E viva o ufanismo!

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